Periferia de Benguela, o nome
certo que lhe chamam é periferia da lixeira de Benguela. Sim, era para ser
periferia de Benguela, mas agora é periferia da lixeira de Benguela. Nas
proximidades do Kovava para os lados do Utomba, mas no eixo do Kamdumbo.
A Igreja Católica está presente
tentando responder ao imperativo do homicídio humano a que está acometido a
sociedade, mas falta-lhe tudo, sobretudo meios. Aqui diz o padre, cabe tudo. O
lixo convive com as pessoas. Segundo ele, padre Abel, por falta de reciclagem
do lixo, se deita tudo que a cidade de Benguela produz de podre. Por isso se
chama periferia da lixeira de Benguela.
A partir do chamado bairro 11 de
Novembro, junto do mercado informar conhecido com o nome de 4 de Abril, tudo
aqui tem o nome de paz. As comunidades chamam Nossa Senhora da Paz, Rainha da
Paz, São Francisco de Assis (o Santo pacifico) tudo a falar da paz. Mas ao
longe, no sope da montanha, fala-se de uma escola que deu o nome ao bairro, “o
pensador”.
Sente-se alegria da crianças
todos os dias como aliás em todas as comunidades pobres africanas, os homens
sentem-se nas pequenas roulottes com algum álcool que resta para poupar a
cabeça de pensar. Afinal o mal do pensar muito é subir atenção alto grau e
contrair devaneio, sobretudo em tempo de crise, convivendo com o lixo do luxo
dos outros.
Nesta banda é onde passo o meu
Domingo e neste particular celebrei o dia mundial das missões, 22 de Outubro de
2017. Ao rezar a missa eu pergunto as crianças, mas desta vez elas, mais
animadas tomaram a palavra, padre o sofrimento, fala, porque é que estamos a
sofrer? Escola fica longe… uns não têm… No “Reino de Jesus é diferente”? Qual é
o dia que ele (Jesus) nos vem buscar?
Senti a cruz da periferia para
responder aos meninos que prometeram voltar a Igreja no próximo Domingo!
Pe. Quintinio KANDANDJI (Diocesano de Benguela)
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